Os acontecimentos do último fim de semana em Charlottesville, na Virgínia (EUA), reacenderam uma antiga polêmica que vem dividindo os americanos há décadas: as estátuas em homenagem a símbolos dos Estados Confederados.
Para uns, elas homenageiam a Guerra Civil Americana e não devem ser retiradas.
Para outros, elas são símbolos racistas que celebram a escravidão.
A guerra em questão opôs os Estados do Norte aos do Sul entre 1861 a 1865.
Em defesa da manutenção da escravidão, os Estados do Sul declararam sua secessão e formaram os Estados Confederados da América.
Com o fim da guerra civil, durante a qual morreram 600 mil pessoas, ocorreu um longo processo de restauração, com a abolição da escravidão, o retorno da unidade nacional e a garantia de direitos civis aos escravos recém-libertos.
Pelo menos 709 estátuas em homenagem a líderes da Confederação ainda permanecem de pé nos EUA.
Confrontos
A marcha 'Unir a Direita', marcada para ser realizada em Charlottesville no último sábado, por exemplo, havia sido convocada por supremacistas brancos em protesto aos planos de remoção da estátua do general confederado Robert E. Lee, que era pró-escravidão.
O ato terminou em violência - supremacistas brancos e grupos antirracismo entraram em confronto.
Uma pessoa morreu após um jovem supremacista atropelar uma multidão.
Desde o episódio, cidades nos Estados de Maryland e Kentucky removeram estátuas de confederados.
Em Nashville, manifestantes pediram a remoção do busto de Nathan Bedford Forrest, general confederado e líder da Ku Klux Klan (grupo que prega a supremacia branca).
Outros manifestantes derrubaram uma estátua confederada em Durham, na Carolina do Norte.
Desde abril do ano passado, nove foram removidas.
Operários que ficaram responsáveis pela retirada de uma delas, em Nova Orleans, tiveram de recorrer à proteção da polícia para o caso de serem atacados.
Em 2015, houve um movimento ao redor dos Estados Unidos para impedir bandeiras confederadas.