Trata-se do terminal moçambicano menos movimentado, e um dos menos usados de toda a África.
A capacidade é de 500 mil passageiros por ano, mas chegam em Nacala menos de 20 mil. São apenas dois voos comerciais por semana e mais dois voos privados da mineradora brasileira Vale, que tem um porto de minério na cidade.
A obra foi realizada pela Odebrecht entre 2011 e 2014, com financiamento de US$ 125 milhões (R$ 404 milhões, em valores atuais) do BNDES, o banco brasileiro de fomento ao desenvolvimento.
O prazo de pagamento é de 15 anos, mas Moçambique não honrou as duas últimas prestações. É o primeiro calote que o banco recebe nas operações de financiamento de infraestrutura no exterior.
Além disso, o aeroporto opera no vermelho. Seu custo (sem contar a dívida com o BNDES) é quatro vezes maior do que suas receitas.
A exploração de carvão pela Vale em Moçambique é o maior negócio do Brasil na África. A expectativa era de que os negócios da mineradora estimulassem o desenvolvimento da região de Nacala, atraindo inclusive outras empresas brasileiras.
Mas isso ainda não aconteceu.
Acesse aqui a reportagem completa: * O aeroporto fantasma feito pela Odebrecht em Moçambique, que o BNDES financiou e tomou calote
Reportagem e imagens: Amanda Rossi / Edição: Rafael Barifouse